Você às vezes sente que, apesar de ter aspirações e metas tão sublimes, por vezes o seu trabalho é ofuscado pela política?
Sri Chinmoy: Não, ele não é ofuscado pela política, pois não fazemos comparação entre política e a espiritualidade em si. O que fazemos aqui é orar e meditar em silêncio. Tentamos fazer tudo em silêncio. A política está no mundo exterior, ao passo que a nossa oração e meditação estão no mundo interior. Através da nossa oração e meditação sinceras, estamos tentando trazer à tona a paz, luz e deleite que temos. Então essa paz, luz e deleite tentamos oferecer ao mundo, ao mundo político, para que o mundo político também possa se iluminar, aperfeiçoar e satisfazer.
Você sente alguma relação com os políticos nas Nações Unidas?
Sri Chinmoy: Sim e não. Não em sua capacidade como políticos. Mas quando eles me procuram como buscadores, já que eu mesmo sou um buscador, posso conversar com eles a níve espiritual – não político. Política não é o meu forte, ao passo que conheço um pouco sobre espiritualidade. Quando os políticos me procurar como buscadores, eu tento oferecer luz para eles.
Pergunta: Um aspirante espiritual pode participar ativamente em política?
Sri Chinmoy: Com muita freqüência ouvimos a palavra “política” ser seguida por “ um negócio sujo”. As pessoas dizem: “ Política é um negócio sujo.” Existe bastante verdade nisso. Há uma luz escassa, praticamente inexistente, no mundo da política. A política é desprovida de luz, por ser desprovida do verdadeiro sacrifício. É apenas um tipo de competição que ocorre entre partidos, os quais são igualmente ruins. Naturalmente, um deles irá vencer no final.
Se sentirmos que somos capazes de mudar a face do mundo, pelo caminho da política, infelizmente estaremos enganados. Nada pode mudar a face do mundo, exceto a aspiração interior. A aspiração interior é de grande importância, especialmente para os buscadores da verdade. Aqueles que quiserem participar ativamente em política irão, sem dúvida, perder a sua mais pura aspiração por Deus.
Deus está em tudo; então naturalmente Deus também está na política. No entanto, temos que saber qual a melhor maneira de chegarmos a Ele. Será a nossa aspiração que nos levará direto ao Altíssimo. Uma vez que alcancemos o Altíssimo, o Supremo mais elevado nos levará ao coração da humanidade.
Eu não estou dizendo a vocês que deixem de votar. Longe disso. Porém o mais importante é fazer a sua escolha interior. Os aspirantes espirituais têm que optar pela divindade que habita no interior deles. Quando essa divindade lhes diz o que fazer, eles têm que cumprir. Desse modo, não importando o que aconteça na vida exterior, no mundo da política, o buscador ficará satisfeito.
Quem resolverá os problemas do nosso país? Não será esse ou aquele partido. Será você que irá resolver os problemas do seu país e não uma liderança política. Sua aspiração pela humanidade será capaz de salvar não somente a América, mas o mundo todo. Cada um de vocês aqui tem esta chama de aspiração. Quando sua aspiração subir até o mais alto e descer de lá para inspirar o mundo ignorante, esse mundo então se tornará um lugar melhor.
Um buscador genuíno e sincero deverá ter cuidado com o quanto se envolve em política. Espiritualidade, vida interior e disciplina interior vêm em primeiro lugar. Existem bilhões de pessoas no mundo que podem se envolver em política, já que elas não estão envolvidas com a espiritualidade. Aspirantes, no entanto, devem permanecer bem acima do mundo político, no Colo do Supremo. Lá eles irão crescer constantemente na luz, paz, felicidade suprema e harmonia universal.
Extraído de “Politics and Spirituality: Can They Go Together?”
Sri Chinmoy: Certamente é, com a prática regular. De manhã cedo, se você medita por, digamos, quinze minutos. Durante a sua meditação, se tiver vinte pensamentos importunos, inquietos, após um mês de prática séria, verá quantos pensamentos terá. Gradualmente você verá quantos pensamentos importunos foram eliminados. E, se tiver um pensamento iluminador ou preenchedor, pode gradumente tentar ter mais. É como correr na vida exterior – você progride de correr um quilômetro para correr dois, três e assim por diante. Talvez tenha começado correndo num paço de 6 minutos por quilômetro, mas a sua prática regular o capacitará a ir mais rápido. Assim, gradualmente você será capaz de ir além do mundo-pensamento. Haverá alguns pensamentos vagando na sua mente, mas você não será afetado por eles. O poder-pensamento pode criar problemas para nós ou pode nos ajudar. Um pensamento realmente bom é a visão da alma operando na mente.
“O servidor público internacional deve sempre mergulhar fundo de si para fortalecer sua dedicação e aumentar sua unicidade com seus irmãos e irmãs universais.” – Sri Chinmoy, num discurso sobre as Nações Unidas
Essa é mais uma história da minha vida cujo título não irá condizer com as expectativas dos leitores. O que acontece é que realmente passei num concurso público federal por causa da meditação, mas não é o que vocês imaginariam, algo como “fiquei mais focado, mais tranquilo, consegui me concentrar mais nos estudos.” Muito pelo contrário! Depois de começar a meditar, fiquei mais ativo, com menos tempo e com a cabeça a mil lidando com diversos projetos e inspirações pessoais! Leia para entender:
Quando comecei a meditar, eu estava cursando engenharia química na UFPR. Como estudante, minhas finanças eram reduzidas à liberdade financeira dos meus pais, que bastava para todas as necessidades diárias, com muito carinho da parte deles (é até bonito lembrar). Contudo, para os meus planos para a minha vida espiritual, que envolviam participar mais ativamente das atividades do Centro de Meditação, como viajar dentro e fora do Brasil para participar dos encontros dos discípulos, eu precisaria encontrar uma fonte de renda. De imediato, decidi trabalhar como jardineiro nos fins de semana, pois tínhamos as ferramentas de jardinagem em casa. Assim eu poderia estudar durante a semana e trabalhar nos fins de semana. Seria simples, mas talvez eu conseguisse fazer o mínimo que pretendia com essa renda.
Alguns dias depois, havia no mural do nosso Centro em Curitiba duas oportunidades de trabalho que envolviam provas. Uma era como assistente técnico da CELEPAR, e outro era para técnico judiciário da Justiça Federal. Eu achei que faria mais sentido ter um emprego fixo, pois isso me daria maior liberdade financeira.
Para tanto, comecei a estudar. Eu não tinha dinheiro para fazer cursinho preparatório, mas um colega que ganhou o cursinho de presente me encaminhou as apostilas via e-mail. Eu não tinha dinheiro para imprimir, então dividia o computador com meu pai e minha irmã para poder estudar durante as noites. Foi um estudo muito incomum, pois o computador ficava do lado da TV, onde à noite minha família sempre assistia muitos programas, em volume alto, em meio a fumaça de cigarro, com os dois cachorros e o gato brigando e tudo o mais que vocês imaginarem. Hoje em dia eu não conseguiria estudar assim, mas naquela época, de alguma forma, eu consegui.
Na verdade, eu tentei ler todas as apostilas, mas era muito, muito conteúdo para o pouco tempo que tinha. Então me concentrei no que parecia ser mais fácil, que era a parte de direito processual e administrativo. Tinha também português e raciocínio lógico. Tudo isso junto com os cursos de meditação, tradução de livros, viagens que conseguia fazer ou ganhava de presente, aprendizado de música espiritual, etc.
Uma prova era num domingo e a outra no domingo seguinte. Fui aprovado no concurso da CELEPAR, com um salário de 550 reais para 30h semanais. No concurso da Justiça Federal, que pagava na época 1800 reais para 40h, fiquei por volta de 180º lugar, sendo que só haviam 19 vagas. Eu nem sabia como funcionavam as listas de espera, mas achava que não iria ser chamado para trabalhar lá. Na verdade, o que me salvou na prova e me deixou entre os duzentos primeiros (esse fato será importante no fim da história), foi que eu fazia diversas traduções dos livros de Sri Chinmoy e, por conta disso, tive de aprender a escrever português corretamente.
Ter acertado praticamente toda a prova de português, que tinha peso triplo, foi o grande diferencial. Se eu não fizesse as traduções (que sempre fiz gratuitamente, por amor a compartilhar os escritos sagrados de Sri Chinmoy), não teria o emprego hoje. Essa é a primeira conclusão de como a meditação me ajudou a passar num concurso público. Não foi pela paz de espírito, mais foi ao encontrar uma vocação, uma forma de serviço e através de auto doação. “Buscai o Reino de Deus e as suas coisas, e tudo o mais seguirá.”
Quando faço que eu posso,
O meu Amado Supremo faz por mim
O que eu não posso.
– Sri Chinmoy
Comecei a trabalhar na CELEPAR e em breve vi que teria de largar a universidade, pois não seria possível me formar em engenharia enquanto trabalhava. (Disso surgiu o artigo “Como usar a meditação para passar no vestibular”). Durante esse tempo, usei a minha liberdade financeira da melhor maneira possível, e tive uma sensação de que Deus estava satisfeito com a minha postura, que, apesar de singela, era muito sincera e devotada (é bom escrever sobre a experiência, pois estou reavivando isso tudo enquanto escrevo).
Fui para Nova Iorque visitar meu Mestre, Sri Chinmoy, em agosto de 2005. (Disso surgiu o artigo “Se for a Vontade de Deus – ou não?”). Após alguns meses, recebi um telegrama me convocando para trabalhar na Justiça Federal. Descobri que estive entre os dez últimos candidatos a serem convocados para esse concurso. Após a nossa turma, o concurso perderia validade e seria feito um novo concurso.
(Na verdade, o concurso já tinha sido prorrogado uma vez, o que acho que foi um milagre que me deu mais oportunidades para usar minha pequena liberdade corretamente e criar mais vagas no concurso (por aposentadoria, desistência, etc.) para a minha nomeação)
Enfim, foi assim que a meditação me ajudou a passar num concurso público federal. Não ao aumentar a concentração ou qualquer outro clichê, mas sim ao mostrar para mim o que eu deveria fazer com a minha vida, que oportunidades eram mais importantes e o valor da auto doação e altruísmo na nossa vida.
Já fazem 11 anos que estou nesse emprego, que sinto cada vez mais que foi uma oportunidade que o Divino me proporcionou para fazer o seu serviço aos meus irmãos seres humanos do mundo inteiro. É nas minhas férias para as viagens espirituais, com o fruto do meu salário para servir os outros nos cursos de meditação gratuitos, com a relação interpessoal que sinto que posso fazer muito progresso interior e inspirar nos outros que valorizem a sua própria busca espiritual.
Não foi intencional, mas as escrever este último parágrafo, lembrei do trecho que abre este artigo. Acho que relendo ele agora, o sentido ficou bem mais claro para mim.
“O servidor público internacional deve sempre mergulhar fundo de si para fortalecer sua dedicação e aumentar sua unicidade com seus irmãos e irmãs universais.” – Sri Chinmoy, num discurso sobre as Nações Unidas
Sri Chinmoy: Quando você estiver deprimido, tente sentir conscientemente que se forçou a carregar um fardo enorme nos seus ombros. Sinta que é um corredor, e que há uma meta para você. Você tem que correr em direção a esse objetivo. Quanto mais rápido correr, mais cedo chegará até a meta. Agora, se você colocar de forma consciente e deliberada algo pesado sobre os seus ombros, naturalmente, sua velocidade será muito lenta. Não seja tolo. Você entrou para essa corrida. A corrida não é competir com os outros, mas sim competir com si mesmo e contra as forças não divinas da depressão, dúvida, medo, inveja e todas as outras forças negativas.
Quando a depressão entra na sua mente ou vital, sinta que há uma carga pesada nos seus ombros. Naturalmente, você irá querer se livrar dela, pois quer correr com velocidade. Você a descartará, a deixará de lado, e então correrá em direção ao seu objetivo destinado tão rápido quanto puder.
Ontem tivemos uma entrevista na TV Globo sobre a prática de meditação no Centro Sri Chinmoy em São Paulo. Como havia a possibilidade de se tornar uma oportunidade muito grande para servir as pessoas que buscam a meditação, fiquei bastante ansioso desde o início do dia. O que iria falar?, quais serão as possibilidades de divulgar a meditação?, se houver um buscador que está procurando a meditação assistindo o programa, como poderei servi-lo da forma mais eficiente?, etc.
Não sou expert, mas durante o dia, usei algumas técnicas que ajudam para diminuir a nossa ansiedade (falando de um ponto de vista não patológico, claro, para pessoas que estão tendo aquela ansiedade natural). Seguem:
Controlar a respiração e olhos
Quando você está agitado, a sua respiração não fica curta, oprimida? Se conseguir controlar a sua respiração, deixando-a tranquila, plena, a sua mente também ficará menos ansiosa. Outra dica é controlar os olhos. Primeiro, pisque algumas vezes, mas bem, bem devagar. Depois, não deixe os olhos ficarem olhando para tudo enquanto caminha, etc. Olhe conscientemente apenas para aquilo que sentir necessidade de olhar. Essas duas são formas de autocontrole no físico que se refletirão na sua mente.
Alongar o corpo
Alongar os braços, pernas e principalmente (no meu caso) o pescoço e ombros auxilia bastante para relaxar. Mantenha cada alongamento por um minuto antes de trocar de lado ou tipo. Manter a postura correta, com quadril, tronco, pescoço e cabeça alinhados também ajuda.
Cantar mantras
Se você cantar canções espirituais, isso vai fazer com que você mergulhe mais fundo no seu coração, onde é tudo paz (diferente da sua mente), além de ser uma forma de controle da respiração também. Você também pode repetir um mantra, como “Supreme”, mesmo que seja em silêncio. Mas em voz alta, se possível, será mais efetivo!
E a melhor dica: “Seja feita não a minha, mas a Vossa Vontade.” (Cristo, Novo Testamento)
Tudo o que fiz ajudou, mas o que realmente melhorou muito a minha ansiedade no dia foi lembrar-me várias vezes do simples fato de que eu não sou ninguém, que apenas Deus está tendo uma experiência em e através do mundo todo, de toda a criação, e que sou como um bebê, assistindo o jogo cósmico. Ele é o Agente, Ele é a Ação e Ele é o Fruto da ação. (Krishna, Bhagavad Gita) Ele se tornou eu e tudo o mais que existe no mundo. Pensando assim, não haverá ansiedade.
Question: If you feel nervous or upset, how can you bring down peace?
Sri Chinmoy: There are two ways. One way is to breathe in quietly and say “Supreme” three times very slowly. But if you find this difficult, you can invoke the Supreme as fast as possible. Fear or anxiety has a speed of its own. If you are about to be attacked by your enemy, then try to utter the name of the Supreme much faster than the speed of the attack you are getting from anger or fear. If you can do this, the Supreme will immediately conquer your anger, frustration or fear.
Alguém que não possui experiência no assunto pode ter criado isso para ir de encontro a uma solução fácil ou mística para um problema do cotidiano, o que atrairia a atenção irrestrita das massas. Afinal, tem uma parte de nós humanos que quer soluções fáceis que vêm do exterior, ao invés de encarar e transformar nossas imperfeições em qualidades positivas, ou, melhor ainda, investir e aprofundar nas qualidades que já estamos descobrindo em nós.
A mídia possui um papel super relevante, pois assim como a etimologia da palavra “jornalismo” indica, ela é a responsável por reunir e distribuir a informação existente. Ou seja, fazer com que a informação que é descoberta por alguns (que são procurados pelos jornalistas justamente por serem supostos experts no assunto) seja compartilhada com aqueles que tem interesse em adquiri-la. E por isso é tão louvável a profissão. O jornalista não é um conteudista, mas ele tem o dever de ser a ponte entre a demanda com a oferta de conhecimento. Ele não cria, mas apenas divulga as qualidades positivas e inspiração de pessoas ilustres, para que possamos nos espelhar nelas e alcancemos nosso próprio potencial único.
“Meditação para ansiedade – resolva o seu problema facilmente com essa técnica” é algo fácil de se ver por aí, mas não é algo que ouvi de professores de meditação. O que ouço de praticantes de meditação e dificilmente veremos na mídia é algo como “Você pode ser satisfeito se mergulhar fundo dentro de si mesmo, deixando para trás todas as coisas que o amarram e buscando pureza, disciplina e divindade, coisas que são o seu direito de nascimento. Será difícil, muito difícil, mas valerá a pena cada gota de suor derramado nessa jornada. O Buda e muitos outros chegaram lá e nos ensinaram como chegar – por que você não chegaria?” Nas palavras do Cristo: “Sejam santos assim como eu sou santo.”
É claro, se você voltar ao primeiro parágrafo, verá o quão grato e orgulhoso eu sou dos jornalistas e do papel que cumprem levando a milhões o acesso à informação.
Mas, ao mesmo tempo, fica um alerta para o buscador, no que se refere à mídia de massa a construção da sua opinião própria: “meditação para curar depressão”, “meditação para ansiedade”, “meditação para emagrecer”, “meditação para passar no vestibular”, “meditação para melhorar a concentração nos estudos”, “meditação para relaxamento”, etc., podem não ser realidades. Podem ser coisas da imaginação dos criadores de conteúdo de mídia, tentando gerar interesse através de uma solução mágica para dilemas até hoje não resolvidos da humanidade, e não de praticantes dedicados. E o mesmo vale para mim, para este artigo. Será que eu sou melhor ou mais sincero do que a mídia de massa? Talvez sim, talvez não. Mas pouco importa. Você está lendo este texto, mas sugiro que pare ao e vá praticar meditação. Não pergunte o que significa, nem peça opinião dos outros. Pratique com seriedade por algumas semanas ou meses ou anos, e descobrirá por conta própria, por experiência pessoal, o que é meditar e quais são os seus benefícios.
God knows our frailties,
But He also shows us
How to conquer them
For His complete Satisfaction.
Entrevista na mídia televisiva – a importância da mídia para divulgar o bem e inspirar a humanidade
Abaixo o trecho de uma entrevista com Sri Chinmoy em New Jersey, EUA, onde o tópico era o falecimento da Madre Teresa de Calcutá (hoje Santa Teresa de Calcutá).
Interviewer: There’s been such a rush in the last week to canonise her, and there’s been a lot of talk of the Vatican waiving the preliminary five years. Do you think that was so important to her?
Sri Chinmoy: Nothing is important to her, but it is important for humanity. Sometimes it happens that when we honour someone, the person who is being honoured does not need it or care for it. But while we are honouring that person we increase our own inspiration and aspiration to become better citizens of the world. While appreciating, admiring and adoring the other person, we increase our own capacities and bring to the fore our own divine potential.
Interviewer: The timing of her death is also interesting — coming in the wake of the very public death of Princess Diana, which the world really has been so obsessed with. In terms of media coverage, maybe Mother Teresa’s death would have even been a bigger deal had it not been eclipsed by Princess Diana’s. Do you think that’s the way she would have wanted it?
Sri Chinmoy: Princess Diana at times wanted media and at times she did not. When she was doing something for the betterment of the world, when she was doing charity work and meeting with the sick and poor, she wanted media attention in order to uplift the consciousness of the world. But sometimes the media exposed her frailties and weaknesses, which we all have, and at that time she did not welcome the media attention. She said that this kind of thing does not help humanity in any way. She wanted only to inspire the rest of the world, but unfortunately the media always tries to find the negative side of things. That is a very painful experience. Everything has its darker side and its brighter side. But if you weigh the pros and cons of her life, her good qualities and virtues will far surpass her so-called human weaknesses.
Interviewer: Unfortunately, the media tend to accentuate the more frivolous aspects of her life.
MT 87. Cablevision 12, New Jersey. 12 September 1997. Interviewer: Ms. Page Hopkins↩
Os grandes Mestres espirituais que existiam na humanidade são uma inestimável fonte de inspiração e iluminação. Separei diversos aforismos e mensagens da série de poemas de Sri Chinmoy “The Dance of Life”, todos com o tema dos Mestres como Sri Krishna, o Cristo, Buda, Sri Ramakrishna, Swami Vivekananda, Sri Chaitanya, Sri Chinmoy e outros. Os poemas estão no inglês original.
Maharshi Ramana’s question:
“Who am I?”
You are the cry of your ascending heart,
You are the smile of your descending soul.
Ramakrishna Paramahansa’s answer:
“Mother Kali.”
Where is She?
In the battlefield of life.
Who is She?
Chaser of volcano-passion,
Bringer of Compassion-flood.
Swami Vivekananda’s answer:
“The Olympian Will-power.”
What is it?
The only Reality.
Whose is it?
Yours, only yours, absolutely yours.
Naren, When are you planning
To come down to the earth?
“I have no such plans.”
Gadadhar, When are you thinking
Of coming down to the earth?
“I don’t cherish that kind of thought any more.”
Jesus, When will you illumine the world
To celebrate your second resurrection?
“I am more than satisfied
With my advent and with my first and last resurrection on earth.”
Siddhartha, Have you ever thought of moving
From your Nihil house to Earth house?
“Oh no! I shall forever
Remain in my Nihil house
Of Immortal Peace
And
Immortal Bliss.”
Kanu, You declared that you enter into the world-arena
Whenever righteousness declines
And
Unrighteousness prevails,
To destroy the dark hands
And save, elevate and illumine the snow-white hearts.
Since then, how many times
Have you appeared and disappeared
From the earth-scene?
“I am not accountable to the world for my lofty promise.
In top secret I tell you:
The absolute Supreme is not going to fire me
Even if I hopelessly fail to stick to my well-intentioned promise.”
He entered into the vital world
To feel its hunger wild.
At the entrance Alexander, Caesar, Napoleon,
Hitler and Stalin greeted
Him with solemnity.
He entered into the mental world
To feel its hunger great.
At the entrance Socrates, Plato, Aristotle,
Shankara and Madhava greeted
Him with a series of smiles.
He entered into the psychic world
To feed his hunger deep.
At the entrance Rama, Krishna, Christ,
Chaitanya and Ramakrishna greeted
Him with the warmest embrace.
273. Ramakrishna
He was born in a tiny
Obscure Bengali village in India.
He lived in a tiny corner
Of a big temple.
A Kali-worshipper he was.
A man-lover he became.
A world-teacher he is
And
Forever shall remain.
Kabir (ou Kabira) (hindi: कबीर, urdu: کبير) (1440—1518) foi um dos grandes poetas místicos ou santos-poetas da Índia medieval, tendo composto poemas que evidenciam a fusão entre o movimento de bhakti hindu e o sufismo muçulmano, movimentos religiosos que exercem profunda influência cultural em todo o mundo até os nossos dias.
Kabir nasceu numa família de brâmanes hindus e foi mais tarde adotado por muçulmanos, no norte da índia, perto de Varanasi. Ainda jovem tornou-se discípulo Ramananda, que no norte da India difundia a doutrina de bhakti como promulgada por Ramanuja no sul do sub-continente, no século XII.
Kabir foi contemporâneo de outros protagonistas famosos do movimento de bhakti da Índia medieval, tais como Mirabai, Caitanya, Tulsidas e Guru Nanak, o principal preceptor dos sikhs.
Meditação, Yoga e a arte de viver: A Aventura da Vida
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Mirabai foi uma devota do mais alto, altíssimo grau. Dentre os santos da Índia, ela foi inigualável. Ela compôs muitos e muitos bhajans, que são canções devocionais para Deus. Cada canção de Mirabai expressou sua inspiração, aspiração e incansável auto-doação.
Estou contando esta história para crianças. Mas como somos todos filhos de Deus, esta história é aplicável a todo e cada um de nós. Vocês ouviram muitas histórias sobre o amor que as crianças podem ter por Deus. Mas esta história é particularmente significativa, especialmente para aqueles que aceitam a vida espiritual numa tenra idade. Desta história vocês aprenderão como o amor de uma garotinha por Deus aumentava e aumentava enquanto ela crescia.
Fonte Wikipedia (link)
Tenho certeza de que vocês ouviram o nome Mirabai. Mirabai foi uma devota do mais alto, altíssimo grau. Dentre os santos da Índia, ela foi inigualável. Ela compôs muitos e muitos bhajans, que são canções devocionais para Deus. Cada canção de Mirabai expressou sua inspiração, aspiração e incansável auto-doação.
Mirabai veio de uma família real no Rajastão. Seu pai se chamava Ratna Singh. Ele passava muito tempo longe de casa, lutando contra os imperadores Mogóis. Ele era um guerreiro muito valente. Num certo dia, um sadhu veio visitar seus pais. Ele ficou no palácio por um dia como convidado especial. O sadhu ficou muito satisfeito com a nobreza e qualidades santificadas do pai. Assim, quando foi embora, ele presenteou Ratna Singh com uma boneca ou estátua muito bela do Senhor Krishna. O Senhor Krishna é a personificação de Deus.
Mirabai tinha então apenas três anos de idade. Ela estava morrendo de vontade de ter a boneca que seu pai tinha ganho, mas ele não queria lhe dar a boneca. Vocês podem pensar que o pai era malvado. Mas havia dois motivos especiais para ele guardar a boneca. O primeiro é que, por ter sido um presente de um sadhu, ou homem santo, ela tinha bênçãos especiais. Ratna Singh queria preservar essas bênçãos, não de forma egoísta, mas para que pudessem ser assimiladas corretamente. O outro motivo que tinha para não dar a boneca é que ele pensou que Mirabai ficaria todo o tempo brincando com ela.
Quando Mira viu que seu pai não ia lhe dar a boneca, ela deixou de comer. O que o coitado do seu pai poderia fazer? Já que ela tinha se recusado a comer, ele lhe deu a boneca. Desde então, Mira estava sempre brincando com a sua boneca. Ele costumava falar com a boneca e cantar para ela; Mira realmente gostava da boneca.
Quando ela tinha cinco anos de idade, uma procissão matrimonial passou diante do palácio do seu pai. Mira perguntou para a sua mãe: “O que está acontecendo?” Sua mãe respondeu: “É um casamento. Esses dois estão se casando.”
Por curiosidade, Mirabai perguntou para a mãe: “Com quem eu vou me casar?”
Por algum motivo, a mãe respondeu: “Você já está casada, minha filha.”
“Quem é o meu esposo?”, gritou Mira.
“Essa boneca, o Senhor Krishna, é o seu amado esposo,” disse a sua mãe. Mira ficou tão feliz em saber que Krishna era o seu esposo.
Com o passar do tempo, as orações de Mira cresceram e se tornaram mais devotadas. Todos os dias, por horas a fio, ela conversava com a boneca, cantava e cantava diante da boneca. Ela agia como se a boneca fosse um ser humano de verdade. No seu caso, a boneca era um ser real. A Presença viva do Senhor Krishna estava dentro da boneca.
Seu avô e os outros membros da família estavam confusos. O que fazer com essa garotinha? Eles decidiram que, quanto mais cedo pudessem dá-la em casamento, melhor. Com o amor que crescesse pelo seu marido, talvez a devoção à boneca diminuísse. Além disso, ela teria muitos deveres domésticos para tomar conta.
Nessa época, Mira tinha apenas oito anos de idade. Mas nesse tempo era bastante aceitável que os pais decidissem sobre o casamento quando os filhos ainda eram muito jovens. E assim Mira foi dada em casamento ao príncipe Bhoja Raj. Ele era o filho mais velho de Rana Sanga de Chittor. O governante de Chittor era considerado o líder das casas reais hindus, e portanto esse casamento ergueu Mira a uma posição social muito alta.
O marido de Mira era um grandioso guerreiro. Durante o dia, Mira fazia suas obrigações e ouvia devotadamente a sua sogra. Durante a noite, ela levava a sua boneca para o templo. Lá Mirabai conversava, cantava e dançava com a boneca.
Infelizmente, a sua sogra não concordava com nada disso. Ela disse para Mira: “Você não pode ficar acordada assim até tarde. Você é apenas uma garotinha e precisa ficar em casa e dormir.”
Mas Mira insistiu: “Eu quero ir para o templo e orar todas as noites.”
Sua sogra trouxe mais uma objeção. “Você está orando a Krishna, mas Krishna não é a deidade da nossa família. Nossa deidade é Gauri, um aspecto de Durga, e Durga é a consorte do Senhor Shiva. Portanto, você não pode continuar orando a Krishna na nossa família.
Mira não deu atenção à sua sogra. Ela disse: “Eu não farei isso que está dizendo. O meu Amado é o Senhor Krishna. É para Ele que eu devo orar.” Assim, Mira e sua sogra tiveram uma briga séria. Mas a partir de então, a sogra não se manifestou mais e deixou que Mira continuasse suas atividades espirituais.
Mira estava agora muito feliz. Ela trabalhava durante o dia e à noite ela podia ir para o templo meditar, cantar e dançar com o seu Senhor Krishna.
Ela adorava Krishna como Gopala Giridhara – o jovem pastor que tocava Sua flauta às margens do rio Jamuna em Brindaban. Brindaban foi o lar de Krishna durante a sua infância. Uma vez, para proteger Seus devotos de um dilúvio, Ele ergueu uma montanha, para que pudessem se abrigar debaixo dela. É esse o significado do epiteto ‘Giridhara’. Quando Mira adorava a boneca, o Senhor Krishna aparecia diante dela nessa forma, brincando e falando com ela.
A irmã do marido de Mira ficou com muita inveja de Mira. Ela tinha ouvido sua mãe falar que Mira era muito espiritual e conversava com Deus o tempo todo. Essa cunhada queria punir Mira, e começou a espalhar rumores de que Mira tinha vários amantes. Ela dizia que Mira os levava ao templo durante a noite para ficar com eles. Mira escutava os boatos da corte, mas não deu ouvidos. Ela tinha doze ou treze anos de idade então. Num certo dia, essa cunhada horrível disse ao marido da Mira: “Você está cego? A sua esposa tem tantos namorados. Eu posso provar facilmente. Basta ir até o templo durante a noite e ver.”
O marido de Mira ficou furioso e naquela noite ficou esperando fora do tempo. Quando ouviu Mira falando com alguém, ele arrombou a porta do templo e correu para dentro com a espada desembainhada. Mira estava falando com o Senhor Krishna. Ele havia aparecido a ela em Sua forma Celestial. Assim que o marido chegou, Ele desapareceu. O marido de Mira viu apenas a sua esposa e sua pequena boneca; mais nenhum ser humano estava presente. Ele riu e disse: “Minha irmã não passa de uma mentirosa!”, e então foi embora. Depois de ele sair, Mira começou a chorar e chorar pelo seu Senhor Krishna: “Para onde Você foi, para onde Você foi?”
Mesmo depois desse episódio, sua cunhada continuou contando histórias malvadas sobre Mira. Isso fazia Mira se sentir mal, mas o que poderia fazer? Pelo menos ela podia ir ao templo todas as noites e adorar o seu Amado Senhor do seu próprio jeito.
Nessa época ela já havia escrito diversos bhajans devocionais e repletos de alma. As pessoas estavam cantando seus bhajans nas ruas. Foi assim que todos no reino ficaram conhecendo o nome Mirabai. Todos tinham muito orgulho dela. Foi quando Akbar sucedeu seu pai como Imperador Mogol. Apesar de ser muçulmano, ele gostava da cultura hindu. Na sua corte ele tinha todos os tipos de pessoas talentosas e extraordinárias de várias religiões. Akbar sempre apreciava as boas qualidades dos outros. Com o passar do tempo, ele ouviu falar de Mirabai, e por isso quis visitá-la.
De início, parecia impossível satisfazer o seu desejo. A família de Mirabai e os imperadores Mogóis sempre foram os piores inimigos! Se fosse visitar Mirabai, ele estaria arriscando a sua vida, bem como colocando Mirabai em grande perigo. Mas Akbar estava decidido a ir. Ele disse: “Não irei como o imperador, com meu exército. Irei disfarçado.”
Ele e o músico da corte, Tansen, disfarçaram-se com robes ocres, como sannyasins itinerantes. Com esse disfarce eles se aproximaram do templo onde Mirabai adorava. Havia devotos no templo, cantando e dançando. Bem no meio estava Mirabai, cantando muito devotadamente.
Akbar e Tansen ficaram muito movidos pela voz e orações de Mirabai. Para mostrar sua gratidão, Akbar deixou um colar de diamantes aos pés da estatueta de Krishna que pertencia a Mirabai. As pessoas presentes ficaram surpresas com o gesto do pedinte. Eles imaginavam se talvez alguém muito rico não tivesse vindo na forma de um pedinte. Akbar e Tansen foram então embora.
Em poucos dias tornou-se conhecido que o próprio imperador tinha vindo. O marido de Mirabai ficou furioso e disse à sua esposa: “Você cometeu o pior pecado. Você é uma princesa hindu, mas permitiu que um muçulmano visse o seu rosto. Não posso mais olhar para você. Você deve ir até o rio e se afogar lá.”
Pobre Mirabai! Ela ficou tão triste com os acontecimentos. Ela nem mesmo foi responsável pelo que aconteceu. Apesar disso, ela estava pronta para entrar no rio e se suicidar. Mirabai caminhou para o rio, acompanhada por alguns dos seus seguidores e devotos. Ela estava prestes a entrar no rio quando o Senhor Krishna apareceu e a agarrou. Ele disse à Sua mais querida devota: “Eu não quero que você cometa suicídio. Você não fez nada de errado. Por favor, deixe este lugar e venha para Brindaban. Lá você Me verá.”
Mirabai então deixou o seu marido e, com alguns seguidores, foi para Brindaban. Lá ela podia passar todo o tempo adorando Krishna e cantando Krishna bhajans. Seus bhajans eram os mais simples possíveis. Às vezes tinham apenas quatro ou cinco palavras. Às vezes eram só o seu nome e do Senhor Krishna: “Mira Gopala Giridhara.” E assim ela cantava e cantava, da sua forma devocional. Toda a comunidade gostava muito dela, tinha muito orgulho dela e era muito grata a ela.
Enquanto isso, o marido de Mirabai ficou muito triste. Ele percebeu o quão pura e devotada era a sua esposa. Seu nome rapidamente se tornava conhecido em todos os lares. Ele nem mesmo queria mais ouvir o conselho dos familiares. Assim, ele foi até Brindaban e trouxe Mirabai de volta para o palácio. Lá ele a tratou bem e permitiu que continuasse louvando no templo. Mas os demais familiares a tratavam muito mal.
Quando Mirabai tinha apenas vinte e três anos de idade, Bhoja Raj faleceu. O trono foi passado para um parente que se comportava de forma muito não divina com relação a Mirabai. Quando viu que todos apreciavam as qualidades espirituais dela, isso foi a gota d’água para ele. A chama da inveja incendiava dentro do rei, e ele desejava matá-la. Ele sabia que de manhã cedo ela costumava orar por horas a fio ao Senhor Krishna e enfeitar o altar com as mais belas flores. Num dia, ele enviou um cesto de flores como presente, mas escondeu uma serpente mortal junto com as flores. O rei sabia muito bem que a serpente a morderia assim que tocasse as flores. Mas algo milagroso aconteceu. Quando Mirabai tocou as flores com a mão, a serpente se transformou em flores também. E nada aconteceu com ela. O rei não conseguia acreditar que o seu estratagema havia falhado.
Alguns dias depois, ele a enviou um copo de leite, dizendo que estava muito satisfeito e feliz com ela. Mas o copo de leite dito puro havia um veneno muito poderoso.
O Senhor Krishna veio a Mirabai e contou que havia veneno no leite. E então disse que deveria beber mesmo assim. O Senhor disse que a protegeria. Assim, após terminar o louvor, ela bebeu o que havia no copo. Mas Krishna havia transformado o veneno em néctar. Não é preciso dizer que nada aconteceu com ela.
O rei tentou muitas outras formas para torturar Mirabai, mas o Senhor Krishna a salvou todas as vezes. Por fim, Mirabai perguntou a alguns Mestres espirituais o que ela deveria fazer. Todos recomendaram que ela deixasse o palácio. Assim, após muitos anos de sofrimento, Mirabai voltou para Brindaban a pé. Nessa época, ela tinha muitos, muitos seguidores, e toda a Índia ressoava com seus bhajans. Os amantes de Krishna em particular sentiam-se gratos a ela, pois seu tema principal era: “Krishna é o meu todo; Gopal é o meu todo!” Num certo dia, muitos anos depois, Mirabai estava no templo, cantando. Havia vários devotos ao seu redor, e eles também estavam cantando. O Senhor Krishna estava tão satisfeito com ela que apareceu em Sua forma humana sutil. Essa forma é tão tangível quando seu terceiro olho está aberto. Mirabai foi capaz de ver o Senhor, mas os outros não tinham a visão sutil para enxergá-Lo. Mas eles enxergaram algo nela.
O Senhor Krishna abriu o Seu chakra do coração. Mirabai entrou no Seu coração e desapareceu. Foi assim que ela faleceu. Ela estava numa consciência de êxtase muito elevada. E com o seu corpo físico ela se fundiu na forma divina de Krishna e desapareceu. É assim que a história acaba.
Comentário de Sri Chinmoy à história “O amor de uma criança por Deus”
O Supremo é o seu Guru, o meu Guru, o Guru de todos. Ele vive dentro do coração de todos. Se você quiser seguir a vida espiritual, se quiser inspirar o mundo inteiro, então o Supremo deve ser o seu único Amado. Se realmente precisa de Deus, como Mirabai precisava, então Ele deve ser a sua única alegria, o seu único amor, a sua única satisfação e o seu único preenchimento.
Traduzidos por Patanga Cordeiro do livro “Mirabai – Ecstatic Poems”, versions by Robert Bly e Jane Hirshfield
Porque Mirabai não pode voltar para sua antiga casa
As cores do Escuro penetraram o corpo de Mira;
todas as outras cores desapareceram.
Amar Escuro e pouco comer
são minhas pérolas e turmalinas.
Rosário de meditação e a marca na testa,
tais são os meus adereços e anéis.
Isso é beleza feminina suficiente para mim;
aprendi isso com o meu professor.
Aprovada ou reprovada, eu louvo a Energia da Montanha
dia e noite.
Tomo o caminho que os seres humanos extasiados
tomaram por séculos.
Não roubo dinheiro e não agrido ninguém;
do que me acusarão?
Senti o balanço dos ombros do elefante;
e agora você quer que me sente num asno?
tente agir com seriedade.
O colar
Ó amiga, sento-me só enquanto o mundo dorme.
No palácio que abrigou o prazer do amor dorme a abandonada.
Ela que uma vez juntou um colar de pérolas hoje tece lágrimas.
Ele me deixou. A noite passa enquanto eu conto estrelas.
Quando chegará a Hora?
Essa tristeza precisa acabar. Mira diz:
“Sustentador de Montanhas, volte.”
A flecha
Meu professor atirou uma flecha
Que me trespassou.
Agora a sua ausência fere o meu coração
E meu corpo inquieto.
Minha mente não vaga mais – o amor a mantém coesa.
Agora estou acorrentada.
Quem conhece a minha dor, senão ele?
Um choro indefeso, interminável.
Amigas, digam-me – o que mais posso fazer?
Mira diz ao seu Senhor: conceda-me a sua presença ou a morte.
Não me proíba, mãe
Não me proíba, mãe; estou indo visitar homens santos.
Conheço um com o rosto negro; eu sou dele, o resto é nada.
Onde eu vivo, todos dormem; meus olhos abertos noite adentro.
Se o mundo não admira o Senhor, ele é louco; que sabedoria possui o mundo?
O que estou dizendo? O Senhor está dentro de mim; ao invés do sono.
Algumas lagoas têm água durante quatro meses do ano; mas eu fico longe delas.
A água de Hari verte; isso é o que basta para a minha sede.
Você diz que ele é negro; eu digo belo. Estou indo ver o seu rosto.
A dor de Mira vem da separação; o que ela quiser fazer, ela fará.
Mira só quer se unir aos elefantes e papagaios
Ó Amado, foi prometido que todos que disserem o Nome serão salvos.
Pelo seu poder, as rochas perdem a dureza,
Derretendo como gelo virando água; a terra fica macia, cedendo.
Eu também sinto essa atração.
Não guardei mérito, sei bem o peso dos meus pecados.
Uma cortesã ensinou o papagaio a repetir o Seu nome
E foi levada ao céu de Vishnu.
Um elefante que se banhava balbuciou o Seu nome e você voou para a terra
Das costas de Garuda, correndo para ajudá-lo –
Abriram-se as mandíbulas do crocodilo.
Libertou-se também aquele elefante do renascimento; chega de úteros animais para ele.
Ajamil deu ao seu filho o Seu nome, chamando-o no leito de morte.
Você respondeu. O medo da morte desapareceu.
Todos conhecem essas histórias,
E você sabe quais seres lhe deram seus corações por completo.
Sua serva Mira faz uma pergunta:
Por que você não me salva?
É tudo mentira minha
Em todas as minhas vidas você esteve comigo; lembro disso durante o dia e durante a noite.
Quando você some da minha vista, fico inquieta durante o dia e durante a noite, ardendo.
Subo as colinas; busco sinais do seu retorno; meus olhos inchados de lágrimas.
O oceano da vida – isso não é real; laços de família, obrigações mundanas – isso não é real.
É a sua beleza o que me deixa embriagada.
O Senhor da Mira é a Grande Serpente Negra. Esse amor brota do solo do coração.
Mira, a abelha
Ó minhas amigas,
O que poderiam me ensinar sobre o Amor,
Cujos caminhos são repletos de estranheza?
Quando oferece ao Grandioso o seu amor,
Ao primeiro passo seu corpo é esmagado.
Esteja pronta para oferecer sua cabeça como assento.
Esteja pronta para orbitar sua lamparina como uma mariposa cedendo à luz,
Viver como o cervo correndo em direção ao caçador,
Como o perdiz que engole brasas por amor à lua,
Como o peixe que afastado do mar morre feliz.
Tal como a abelha presa para sempre no fechar da doce flor,
Mira ofereceu-se ao seu Senhor.
Ela diz: o Lótus solitário a engolirá viva.
Quem foi Mirabai?
Por Patanga Cordeiro
Mirabai foi uma santa hindu do século XVI. Por se tratar de uma mulher, a história não é certa quanto a diversos detalhes sua vida, mas é comum referir-se à parte da Índia chamada de Rajastão, nascida como uma princesa.
Minha versão favorita da sua história é a de Sri Chinmoy, acima, que conta a história desde os primeiros anos de Mirabai até o fim da sua vida neste trecho, inclusive explicando sobre como ela começou a sua vida de busca.
Há diversas versões da sua história. Uma versão diferente é que Mirabai possuía uma devoção extrema por Krishna, o seu Senhor, o seu Amado, o seu Todo. Ela carregava uma estatueta de Krishna, chamando-o de seu esposo. Mirabai não tinha interesse por questões de família real, ou familiares de qualquer forma. Um possibilidade é que tenha sido forçada a se casar com o Rei Rana, o que mais uma vez tornou-se uma fonte de tensão, pois Mirabai recusava-se a enxergá-lo como esposo – ela já era casada com Krishna. Quando o rei morreu, possivelmente por causa da vergonha que a família sentia por ela ser tão devotada a Krishna ao invés de valorizar as conquistas exclusivamente materiais, tentaram fazer com que ela cometesse ‘sati’, que é quando uma viúva se queima viva na pira funerária do falecido esposo. Ela se recusou, naturalmente, pois o seu esposo é Krishna, e Krishna está mais do que vivo em seu coração.
E foi no coração de Krishna que sua vida acabou. Um certo dia, enquanto Mirabai cantava no tempo, Krishna abriu o chakra do seu coração e a absorveu. Mirabai fundiu-se com a forma divina de Krishna e desapareceu.
Meditação para ansiedade, depressão e como terapia de saúde: o aspecto espiritual x terapêutico
Ficamos sempre muito felizes com as numerosas visitas ao nosso site, de pessoas de todas as idades, contextos, sociais e condições físicas e psicológicas, além de qualquer estado de busca pela espiritualidade em que se encontrem.
Agora, duas perguntas: Para quem é o curso de meditação? Para quem não é o nosso curso?
Caso tenha interesse em participar do curso, leia até o fim para ver onde você se encaixa.
Para quem é o nosso curso:
Para aqueles que têm uma vida normal, empregos ou estudos, têm seu ótimo dia a dia, amigos e familiares, hobbies e tudo o mais, e saúde. Para quem não está satisfeito com o básico, para quem quer “um algo mais” que não consegue encontrar na saúde, paz de espírito, família, emprego e lazer. O curso é voltado para o aspecto espiritual da meditação, para quem quer se aproximar do divino dentro de si de forma consciente e disciplinada.
É claro que esse “algo mais” é Deus, e você pode chamá-lo como preferir: uma busca, a verdade, uma luz, um algo mais, felicidade, algo que não sei o que é, pois, é claro, você ainda vai descobrir o que é isso. Você está sendo chamado. É para essas pessoas que criamos e voltamos o nosso curso. Para quem está numa busca espiritual. Para quem não tem motivo nenhum para vir ao curso, exceto que sentem que precisam. Esse sentimento já é o seu despertar interior.
Para quem não é o nosso curso de meditação:
Muitas pessoas procuram os nossos cursos de meditação presenciais como uma forma de terapia contra ansiedade, depressão, estresse ou etc. Isso é normal, pois há muita divulgação na mídia sobre a meditação em seu aspecto terapêutico. Não vemos problemas algum com isso, mas os cursos que oferecemos não são formas de terapia, não temos profissionais de saúde para acompanhamento e nem aceitamos indicações de outros profissionais, sejam médicos, psicólogos, etc. Nosso curso é voltado unicamente para o desenvolvimento espiritual.
Ou seja: não conhecemos os seus casos clínicos (ou não), sua personalidade, histórico médico, ritmo de trabalho, famílias, condição social, etc. Isso são coisas que apenas um profissional de saúde poderia fazer, numa entrevista. Nosso curso é em formato de auditório, e não conversamos individualmente com cada um sobre as peculiaridades dos casos. Mesmo se tivéssemos tempo para fazer uma entrevista, não teríamos qualificação.
Além disso, as perguntas e interesses do público que está buscando o tratamento de saúde são muito diferentes daquelas que buscam a meditação como autoconhecimento.
É claro que, caso o seu terapeuta recomende, você poderá tentar praticar a meditação em casa, sob a sua orientação, para resolver seus desafios no campo do psicológico, usando os livros e textos. Além das páginas neste site, você pode usar o livro Meditação, o livro As Asas da Alegria, músicas para meditação, vídeos de meditação, ou procurar outros grupos que ensinam a meditação, pois há diversos em São Paulo e no mundo todo.
De qualquer forma, se você veio até o nosso site, deixamos logo acima as nossas dicas e esperamos o melhor para você!